Teatro e Cine Santa Cecília
Foi constituído em novembro de 1866, como Empresa Teatral Santa Cecília, tendo sido encarregados pelas obras o Dr. Manoel Pinto da Silva Torres, o capitão Manoel Rebelo da Rosa, Filinto Eliseo Nogueira, o major Francisco de Paula Azevedo, o Dr. João Venâncio de Andrade e o tenente Francisco Gabriel Guimarães.
Sua inauguração se deu com a presença da nobreza e de toda fina flor da sociedade bananalense, com apresentações de recitais e grandes espetáculos. Tratava-se de um ponto de encontro elegante, não só pelo público seleto, mas por sua arquitetura e decoração. Em seu teto uma figura retratava o "Inferno de Dante", um trabalho de grande expressão artística.
A indumentária usada nessas ocasiões era esmerada e servia como um espetáculo à parte aos olhos curiosos que queriam ver ou exibir o que de mais novo poderia ser apresentado em termos de requinte e soberba. Durante os espetáculos e bailes, muitos homens exibiam casacas, sobrecasacas, fraques e cartolas vindos da Europa. As senhoritas, damas e matronas ostentavam ricos vestidos de seda, luvas, chapéus e leques revestidos de madrepérola.
Em fevereiro de 1868 foi publicado o estatuto que regulava o estabelecimento e o desenvolvimento do Teatro Santa Cecília, sob a denominação de Empresa Teatral Santa Cecília.
Neste teatro apresentaram-se grandes atores em dramas e comédias da mais alta expressão. Antônio de Oliveira Ancede e Olímpio Pantalcão mantinham um grupo de amadores que apresentava uma série de espetáculos fora das altas temporadas.
Em 1908, Dna. Marieta Varajão organizou um grupo de adolescentes que apresentaram, entre outras, a opereta-comédia "Lua de Mel", da qual participaram Julieta Ramos, Caçula Oliveira, Ermelinda Varajão, Maria Augusta Valente (Bujeca) e as semi-sopranos Maria Galvão e Laura Azevedo. O prédio tinha 16 frisas, quase ao nível da plateia, e mais 16 camarotes, sendo oito de cada lado. Em 1918, com a chegada da luz elétrica, foi feita a primeira reforma, que transformou o teatro em cinema, e seu nome passou a Cine Santa Cecília, começando assim o cinema mudo. Em 1959, o prédio passou por nova reforma e, hoje, funciona como Centro Cultural Carlos Cheminand e sede da Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte.
Informações e foto do livro "Estância Turística e Ecológica de Bananal - Terra dos Barões do Café", da Editora Nova América.
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Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.
Periódico Acrópole (1938 a 1971)
Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981
Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990
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