Comodoro (São Paulo - SP)

Notícias diversas sobre o cinema :
(Clique nas imagens para ampliá-las)

A reforma que se iniciou em 03/09/1979

A fila para ver "Xanadu" em 03/01/1981
A fila para ver "E.T. - O Extra Terrestre", em 27/12/1982

A última sessão em 23/03/1997
O incêndio ocorrido em 25/08/2000

Comodoro (São Paulo - SP)

Artigo do jornal "O Estado de S. Paulo", de 01/09/1994:

Comodoro (São Paulo - SP)

Notícia publicada no jornal "O Estado de S.Paulo", de 14/10/1994:

Comodoro (São Paulo - SP)


Bilheteria
Faixa fixada por um admirador: "Antigo Cinerama"


Fotos de 2011.

Ouro (São Paulo - SP)

Inauguração solene : 25/05/1966 (21hs.)
Inauguração pública : 29/05/1966
Filme inaugural :  
"O Colecionador”, de William Wyler (Ben-Hur), com Terence Stamp e Samantha Eggar.
Exibidor : Paulo Sá Pinto
Endereço : Largo do Paissandú, 138 - Centro
Som e projeção : Philips
Em funcionamento ? : Não. Foi transformado em estacionamento.
Antes, cine Bandeirantes.
Curiosidades :
O cinema era todo decorado no estilo colonial brasileiro e possuía cópias em gesso das obras de Aleijadinho. Uma delas era uma réplica do frontal do altar-mor da Igreja de São Francisco em Ouro Preto (cedida pela Faculdade de Arquitetura de Minas Gerais, com autorização do Patrimônio Histórico Nacional).
Nas sessões, antes do filme começar, o espectador tinha audições ao vivo de piano.
O cine Ouro era considerado uma das salas mais luxuosas do país.

Fotos de Luiz Carlos Pereira da Silva, tiradas em 29/10/1994, dois dias antes do fechamento do cinema ocorrido em 31/10/1994.



Ouro (São Paulo - SP)

O Cine Ouro, o mais moderno de São Paulo, relembra o Fausto de Vila Rica

Artigo da revista Manchete nº 741, de 1966.

Rua típica de Ouro Preto, réplicas das estátuas dos profetas Joel e Ezequiel, do Aleijadinho (feitas pelo Prof. José Péret, da Escola de Arquitetura de Minas Gerais, e oferecidas a São Paulo pelo governador Israel Pinheiro da Silva). Cópia do frontal do altar-mor da igreja de São Francisco. Móveis estilo colonial, tocheiros e quebra-luzes à D. João VI, imitação fiel de uma 'cadeirinha' que servia de transporte à Marquesa de Santos. 

Prefeito Faria Lima e Sra. cumprimentam o casal Sá Pinto

Estamos no Brasil-Colônia e primórdios do Império. Ao mesmo tempo, estamos no mais moderno e luxuoso cinema de São Paulo, com ar ozonizado, idêntico ao de um clima de quatro mil metros, e instalações de som individuais nas poltronas, que permitem aos espectadores de audição defeituosa poder acompanhar a trilha sonora dos filmes. Toda sua decoração, criada pelo arquiteto de decorador italiano Marquês Terri Della Stufa, e inclusive o nome, em logotipo desenhado por Aldemir Martins, lembra aquela época de Fausto. 












O Cine Ouro é mais uma realização ousada de Paulo Barreto de Sá Pinto, que introduziu no Brasil, o Cinerama, o CinemaScope, o sistema Todd-AO, a 3ª Dimensão e a maior tela do mundo (do Cine República, também na capital paulista). Sua inauguração, a que compareceram, entre outras personalidades, o Prefeito Faria Lima, o presidente do Senado Auro de Moura Andrade e o representante do Governo do Estado, constituiu marcante acontecimento social e artístico.

A inauguração do cinema teve um concerto da Orquestra Filarmônica de São Paulo e estreia do filme 'O Colecionador'.

Réplica da estátua de Aleijadinho

Ouro (São Paulo - SP)


27/05/1966
28/05/1966
28/05/1966
28/05/1966
28/05/1966
29/05/1966
22/09/1967
23/09/1967

Ouro (São Paulo - SP)

 

Ouro (São Paulo - SP)

Fotos : Antonio Ricardo Soriano - 01/07/2014

Glória (Campos do Jordão - SP)

Inauguração : 1943
Endereço : Av. Dr. Januário Miráglia, 1582 - Vila Abernéssia
Campos do Jordão - SP
Em funcionamento ? : Sim.
Hoje, Espaço Cultural Doutor Alémcom exibições cinematográficas.
Possui uma biblioteca de cinema e é sede do Cineclube Araucária.

Fotos atuais (prédio rosa): Antonio Ricardo Soriano - 23/05/2015

O nosso Cine Gloria, as sessões Zig-zag e uma e quinze
Por Edmundo Ferreira da Rocha (Criador do site "Campos do Jordão Cultura")
Realmente, como o próprio nome já identificava o nosso querido cinema, de grandes e saudosas memórias, foi uma grande GLÓRIA para nós, jordanenses.
O Cine Glória, inaugurado nos idos de 1940, foi, durante várias décadas, o grande e principal ponto de encontro e de entretenimento da população jordanense e dos turistas que nos visitaram até a década de sessenta. Foi a alegria da criançada, dos jovens, dos namorados, dos noivos, dos casais e de todos aqueles que amaram a arte cinematográfica.
Em suas telas foram exibidas as maiores e melhores películas nacionais e internacionais que surgiram durante esse período e, inclusive, filmes de épocas anteriores e de renome mundial. Claro, também, foram exibidos filmes que não mereciam nem ter sido produzidos.
Durante todo esse período, o Cine Glória tinha sessões diárias e não cerrava suas portas em nenhum dia da semana. De segunda a sábado, tinha as suas sessões tradicionais às 15h30min e 20 horas. Nos domingos, a programação era intensa. Começava com a famosa e maravilhosa Sessão ZIG-ZAG, às dez horas da manhã, onde eram exibidos filmes para a garotada. Eram desenhos animados, comédias, seriados, etc. Logo em seguida, às 13h15min – uma e quinze, como ficou famosa –, exibia filmes de “cowboys”, de mocinhos, bandidos e xerifes, como chamávamos, e seriados que nos obrigavam a não perder uma sessão sequer. Na sequência, às 15h30min, 19h e 21h, as sessões tradicionais, com a apresentação de um mesmo filme, porém para uma plateia já mais distinta e sujeita à censura de idade.
Tudo era maravilhoso e aguardado com grande expectativa e entusiasmo durante toda a semana, especialmente para a garotada e jovens, que faziam de tudo para conseguir de seus pais, tios, amigos e avós o dinheiro necessário para a compra dos respectivos ingressos. Muitas vezes, a liberação do dinheiro para a compra desses ingressos ficava condicionada ao bom comportamento, à obediência, à necessidade do estudo com assiduidade e responsabilidade, da exibição da caderneta escolar com as notas de aprovação etc.
Grande parte da garotada e juventude assistia às sessões ZIG-ZAG às 10 horas da manhã e já ficava na espera, para assistir às sessões da uma e quinze. Alguns, dependendo da censura do filme das 15h30min, também ficavam na espera para assistir a eles.
Nas sessões ZIG-ZAG, a expectativa era no sentido de que fossem exibidos os desenhos animados maravilhosos, produzidos por Walt Disney e sua equipe, com seus personagens fantásticos, como Pato Donald e Margarida, os três sobrinhos – Huguinho, Zezinho e Luizinho –, Tio Patinhas, o sortudo Gastão, Mickey e Minnie, Pateta e Pluto, Tico e Teco, Grilo Falante, Zé Carioca, Lobão e Lobinho e os filmes da Branca de Neve e os Sete Anões, Bambi, Tambor e Flor, Pinóquio, A Bela Adormecida, A Dama e o Vagabundo, Peter Pan e o Capitão Gancho, os Irmãos Metralha etc., e os outros desenhos de produtores diversos, como Hanna-Barbera, com a famosa dupla Tom e Jerry e outros, Frajola e Piu-Piu, Gaguinho, Pernalonga, os filmes do Gordo e o Magro, Os Três Patetas, Carlitos (Charles Chaplin) e tantos outros.
Nas sessões da uma e quinze os famosos e espetaculares filmes de aventuras dos mocinhos mais tradicionais do cinema, como Gene Autry, Roy Rogers, Hoppalong Cassidy, Zorro, Durango Kid, Búfalo Bill, Buck Jones, Johnny Mack Brown, Tim Holt, Tom Mix, Rex Allen e muitos outros, sempre às voltas com os bandidos e índios Peles Vermelhas. Também eram exibidos filmes que eram demasiadamente apreciados pela juventude, como o Capitão Marvel, Homem Aranha, Mandrake, Capitão América, Fantasma, Batman e Robin, Shazam, Don Chicote e Flecha Ligeira, Tarzã, especialmente aqueles com o preferido Johnny Weissmuller, Chita, Jane e Boy, Jim das Selvas, as aventuras do espetacular cachorro pastor alemão Rin-Tin-Tin e, antes do encerramento das sessões, os tradicionais, intrigantes e esperados seriados que eram o grande chamativo para que não deixássemos de assistir ao próximo capítulo. Os seriados representavam, naquela época, o mesmo que as novelas representam hoje, em nossos dias. Essas sessões eram concorridíssimas e vividas intensamente com muito entusiasmo e emoção. Alguns seriados ficaram famosos: Dentre muitos, Os Segredos de Nyoka, O Cavaleiro Fantasma, com Buck Jones, A volta do Zorro, com John Carrol, Os mistérios de Fumanchu.
Cada vez que o mocinho se saía bem em determinada situação era um alvoroço, a criançada e os jovens assobiavam, batiam palma, gritavam, faziam a maior algazarra e não perdiam um detalhe sequer das cenas seguintes. Além disso, tudo era muito gostoso participar dessas sessões que, por via de regra, eram regadas pelas pipocas quentinhas, feitas na entrada do cinema no carrinho especial com fogareiro a querosene pelo saudoso Sr. Clides (Euclides) que morava ali nos fundos da Vila Ferraz, que também levava, já previamente preparados em sua casa, porém bem quentinhos, os inigualáveis e deliciosos amendoins torrados na casca que, na época do inverno, para espantar um pouquinho o frio, colocávamos nos bolsos das calças e ajudavam a esquentar nossas pernas.
Era muito gostoso, divertido e muito bom; porém, com certeza, era horrível e muito trabalhoso para o pessoal que fazia a limpeza do cinema, pois as cascas retiradas dos amendoins e as suas películas vermelhas, infelizmente, eram jogadas no chão. Varrer e retirar toda aquela sujeira deve ter gerado, inúmeras vezes, muitos xingamentos pesados e até merecidos.
Na Bombonière do cinema era comum comprarmos uma espécie de goma que tinha o nome de Fruna. Dentro de suas embalagens vinha uma figurinha com artistas do cinema, as quais eram colecionadas, trocadas e utilizadas para o jogo da abafa-abafa. Nesse jogo, que dependia das apostas, as figurinhas eram colocadas no chão ou sobre uma mesa – se existisse alguma nas proximidades –, duas, três, quatro ou mais por participante, com a principal figura virada para baixo, e o jogo era iniciado com o tradicional par ou ímpar. Quem vencesse tinha o direito de começar. Batia com a palma da mão sobre o monte de figurinhas e seria o dono daquelas que ficassem com a figura principal à vista e desviradas. Se não conseguisse desvirar nenhuma delas, o adversário seria o próximo a tentar desvirar as figurinhas, e assim sucessivamente, até não restar figurinhas a serem desviradas.
Nesse nosso saudoso Cine Glória aconteceu muitas histórias maravilhosas, de flertes inocentes de crianças, de namorinhos à distância, de amores clandestinos, de intensas paixões e gamações juvenis maravilhosas, e até de amores e paixões eternamente duradouras por todos os tempos.
Não podemos deixar de lembrar: das figuras inesquecíveis que por lá passaram e que eram os responsáveis pelo Cine Glória, o Sr. Sebastião Corrêa Cintra e José Pinheiro Silva, que foram seus dedicados gerentes durante longos anos; do Sr. Romeu Godoy e do Sr. Maiolino, que foram os projecionistas; do pessoal da bilheteria, entre os quais o Sr. Phelipe, o Olavo Sandin, o Medeiros e o Sr. Primitivo Sotello; do Aristarco de Assis, artista responsável pela elaboração dos letreiros e cartazes das propagandas dos filmes; da D. Maria, esposa do Sr. Romeu Godoy, que tomava conta da Bombonière; dos porteiros Mauro Medeiros e o Sr. Nico; dos famosos três pisos do cinema: a plateia, situada no piso térreo, com suas tradicionais poltronas de madeira da Marca “CIMO”, com assento basculante; do “Pulmann”, situado entre o piso térreo e segundo andar, local privilegiado e sofisticado do cinema, com ingressos de preços mais caros, com direito a poltronas estofadas em ambiente mais refinado. Algumas dessas poltronas recebiam uma capa de tecido especial, devidamente identificadas com letras graúdas, ficando reservadas, exclusivamente, para as autoridades Municipais e respectivas esposas, como Promotor de Justiça, Juiz de Direito, Delegado de Polícia e Prefeito Municipal. Do setor da Geral, com seus bancos de concreto, com ingressos a preços bem reduzidos, entrada externa e independente, situado no segundo e último andar, pejorativamente denominado, por todos, de poleiro.
Também, é impossível deixar de lembrar os exigentes e rigorosos Comissários de Menores que sempre estavam nas sessões da tarde e da noite, zelando e exigindo o fiel cumprimento das censuras impostas e estabelecidas para a exibição dos filmes. Entre eles, o Armênio Soares Pereira, o Mário Andreoli, o Agripino Lopes de Moraes, o Walter Vasconcellos, a D. Carmem Astolfi e a D. Elisa Guedes Lagoa. Enfim, quem viveu um pouco nessa época jamais irá esquecê-los.
Infelizmente, nos dias de hoje, essas maravilhas nunca mais irão se repetir. Hoje, a juventude e as pessoas têm outras opções de divertimento e lazer muito diferentes dessas, que eram simples e inocentes, onde não havia maldade ou perigo de qualquer espécie. Esse privilégio creiam, para nossa alegria e satisfação, foi somente nosso. Prova disso é que a maioria dos cinemas já teve suas portas fechadas ou suas quantidades sensivelmente reduzidas, especialmente após o incremento e a redução dos custos dos aparelhos de televisão, possibilitando que as pessoas vejam seus filmes e programas prediletos no aconchego de seus lares, porém em prejuízo do convívio público com amigos e pessoas da sociedade.
Enquanto vivermos, a lembrança do Cine Glória e de suas histórias fantásticas ficará eternizada em nossas memórias, com muita saudade.

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BIBLIOGRAFIA DO BLOG

PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA

1. Arquivos institucionais e privados

Bibliotecas da Cinemateca Brasileira, FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Mackenzie.

2. Principais publicações

Acervo digital dos jornais Correio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.

Acervo digital dos periódicos A Cigarra, Cine-Reporter e Cinearte.

Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.

Periódico Acrópole (1938 a 1971)

Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981

Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990

Site Novo Milênio, de Santos - SP
www.novomilenio.inf.br/santos

FONTES DE IMAGEM

Periódico Acrópole - Fotógrafos: José Moscardi, Leon Liberman, P. C. Scheier e Zanella.

Fotos com publicação autorizada e exclusivas para o blog dos acervos particulares de Joel La Laina Sene, Caio Quintino,
Luiz Carlos Pereira da Silva e Ivany Cury.

PRINCIPAIS COLABORADORES

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