O Cine Ouro, o mais moderno de São Paulo, relembra o Fausto de Vila Rica
Artigo da revista Manchete nº 741, de 1966.
Rua típica de Ouro Preto, réplicas das estátuas dos profetas Joel e Ezequiel, do Aleijadinho (feitas pelo Prof. José Péret, da Escola de Arquitetura de Minas Gerais, e oferecidas a São Paulo pelo governador Israel Pinheiro da Silva). Cópia do frontal do altar-mor da igreja de São Francisco. Móveis estilo colonial, tocheiros e quebra-luzes à D. João VI, imitação fiel de uma 'cadeirinha' que servia de transporte à Marquesa de Santos.
Prefeito Faria Lima e Sra. cumprimentam o casal Sá Pinto
Estamos no Brasil-Colônia e primórdios do Império. Ao mesmo tempo, estamos no mais moderno e luxuoso cinema de São Paulo, com ar ozonizado, idêntico ao de um clima de quatro mil metros, e instalações de som individuais nas poltronas, que permitem aos espectadores de audição defeituosa poder acompanhar a trilha sonora dos filmes. Toda sua decoração, criada pelo arquiteto de decorador italiano Marquês Terri Della Stufa, e inclusive o nome, em logotipo desenhado por Aldemir Martins, lembra aquela época de Fausto.
O
Cine Ouro é mais uma realização ousada de
Paulo Barreto de Sá Pinto, que introduziu no Brasil, o
Cinerama, o CinemaScope, o sistema Todd-AO, a 3ª Dimensão e a
maior tela do mundo (do
Cine República, também na capital paulista). Sua inauguração, a que compareceram, entre outras personalidades, o
Prefeito Faria Lima, o presidente do Senado
Auro de Moura Andrade e o representante do Governo do Estado, constituiu marcante acontecimento social e artístico.
A inauguração do cinema teve um concerto da
Orquestra Filarmônica de São Paulo e estreia do filme
'O Colecionador'.
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Réplica da estátua de Aleijadinho |