Trianon (São Paulo - SP)



Anúncio de 13/07/1956


Anúncio de inauguração - 14/07/1956
Anúncio de inauguração - 14/07/1956

Ritz (Consolação) (São Paulo - SP)

Inauguração pública : 05/05/1943
Filme inaugural : "Ser ou não ser" (1942), com Carole Lombard e o complemento nacional "Recuperando energia".
Equipamentos de áudio e projeção : RCA Victor Rádio S.A.
Exibidor : Empresa Cinematográfica Paulista Ltda. (Paulo Sá Pinto)

Endereço : Rua da Consolação, 2403 - Consolação

Capacidade : cerca de 900 lugares
Em funcionamento ? : Não. Encerrou as atividades em 21/05/1961.
O prédio foi demolido devido o alargamento da Rua da Consolação entre 1965 e 1968.

Curiosidades :
Era conhecido como Ritz (Consolação), pois existia outro Ritz na Av. São João.
O último filme exibido foi o espanhol "Um raio de luz" (1960), com Marisol e Anselmo Duarte.

O Ritz (Consolação) funcionava ao lado do cine Trianon (depois, Belas Artes).









Demolição do prédio do cine Ritz (Consolação)


Picolino (São Paulo - SP)

Inauguração solene : 05/08/1955
Inauguração pública : 06/08/1955
Filme inaugural :
"Amar é Sofrer", com Bing Crosby, William Holden e Grace Kelly.

Proprietários : Empresa Rilo de Cinemas e Hotéis S/A.
Exibidor : Empresa Cinematográfica Serrador Ltda.

Reinauguração : 31/03/1965
Nova fase do cinema com programação de filmes feita por
Dante Ancona Lopez.
Filme inaugural :
"Os Amantes de Florença", com Marcello Mastroianni.

Endereço : Rua Augusta, 1513 - Consolação

Som e projeção : Simplex
Capacidade : 850 lugares

Em funcionamento ? : Não.
Virou restaurante, bar e local para eventos.



Parte do depoimento de Dante Ancona Lopez concedido a Plácido de Campos Jr. em 1993 :

Com alguma dificuldade consegui abrir, na Rua 7 de Abril, o cine Coral, já consciente da possibilidade de uma programação diferenciada daquilo que então se fazia. Seria o "Cinema de Arte", embora o cinema tradicional ou comercial também tivesse espaço.

A ideia básica ia na direção de uma programação menos voltada e preocupada com o retorno comercial imediato e mais atenta à difusão do cinema, porque faltava uma sala que exibisse as muitas fitas paradas em várias distribuidoras: fitas de Fellini, de Antonioni, de Resnais que não eram exibidas. Abri em 1958 e a experiência do cine Coral foi bem sucedida e durou oito anos; depois vendi o cinema e dei um giro pelo mundo com minha esposa.

Fui convidado, na volta ao Brasil - pela Companhia Serrador, do Julio e do Florentino Llorente -, para levar, no cine Picolino da Rua Augusta, uma programação de perfil similar àquela que fazia no Coral. Isto porque o Picolino, naquele momento, estava se ressentindo de falta de público. A Cia. Serrador pretendia diferenciar a programação do Picolino e, com a colaboração do Rudá de Andrade, começamos a trabalhar.

A programação era feita a partir dos títulos disponíveis nas carteiras das distribuidoras. Porém, com início da participação da SAC - Sociedade Amigos da Cinemateca - que agia como um conselho informal de orientação e onde as figuras de Paulo Emilio Salles Gomes e Rudá de Andrade foram determinantes -, fomos ficando mais ambiciosos.

O Picolino se transformou no maior sucesso de público na Rua Augusta. A Metro Goldwyn Mayer impôs à Cia. Serrador, quando da renovação do contrato de distribuição de seus filmes, que o Picolino fosse incluído na programação. Quer dizer, uma vez valorizado o Picolino, a Metro o exigiu e a Serrador teve que ceder. Houve uma discussão pesada e minha resposta foi seca e negativa. Para contemporizar com a situação, o Florentino me prometeu ceder em 24 horas um outro cinema e, ciente dos resultados positivos anteriores, propôs o antigo cine Trianon, que se transformou no Belas Artes.

Anúncio de inauguração - 05/08/1955
Anúncio de inauguração - 06/08/1955
Nova fase do cinema com programação de filmes de Dante Ancona Lopez
2016
2016

Coral (São Paulo - SP)

Inauguração solene : 17/09/1958
Inauguração pública : 19/09/1958 
Filme inaugural : "Esses Maridos!", de Luigi Comencine.

Projetado e construído pelo engenheiro arquiteto Tulio Ficarelli.
Proprietário e programador de filmes :
Dante Ancona Lopez (até 1966)

Endereço : Rua 7 de Abril, 381 - República

Capacidade : cerca de 1000 lugares
A partir de 13/12/1977, salas 1 e 2.

Em funcionamento ? : Não. Fechou em 1991.
O prédio foi transformado em uma galeria de lojas.

Características :
A longa frente do cinema oferecia ampla galeria, com paredes laterais de mármore e portal de sete metros de altura, com quatro colunas de mármore. Na sala de espera havia colunas revestidas de espelhos oxidados em azul e ouro, contando com painéis decorados com motivos de fundo do mar.



O cine Coral

Dante Ancona Lopes idealiza em 1958 o cine Coral, “que vinha para atender um público que não ficava satisfeito com o filme de todo dia, aquele cidadão que não quer feijão com arroz todo dia” (depoimento de Dante à Divisão de Pesquisas, em 25/6/1982).

O Coral, no centro da cidade, se transforma em pouco tempo no ponto de encontro de uma platéia ávida por emoções cinematográficas menos convencionais. Lá são exibidos filmes de Antonioni, Fellini (“A Doce Vida” fica meses em cartaz), “Os Incompreendidos” de Truffaut, “O Ano Passado em Marienbad”... pautando sua programação com títulos que os exibidores geralmente rejeitavam sob argumento de prejuízo certo. 

Dante Ancona Lopez : “Eu construí o Coral num terreno onde existia o depósito de um jornal do Rio chamado 'A Noite', e o terreno era do Dr. Sacramento. Eu aluguei o terreno por dez anos e construí, assumindo o compromisso de no prazo acertado entregar tudo que tivesse construído para ele. Meu plano era amortizar a construção em quatro anos e eu aproveitaria o resto dos seis para mim, mas eu amortizei a construção em apenas dois anos. Quer dizer, a programação foi boa e o público correspondeu. Depois usei mais cinco anos e acabei vendendo o contrato para o Valanci (exibidor carioca) porque resolvi que ia viajar com a minha mulher pelo mundo”.

Quando Dante Ancona Lopes abriu o cine Coral para atender a uma clientela cinematográfica que se encontrava órfã diante da programação dos cinemas da Capital. Tinha claro para si inúmeras possibilidades inexploradas no circuito comercial, justamente pela falta de ousadia de outros empresários, ou em outras palavras, pelas deformações impostas e cristalizadas ao longo de décadas de convivência com platéias dóceis e praticamente formadas a partir de uma única fonte de filmes de Hollywood, através dos distribuidores americanos e associados nacionais. O Coral exibiu Fellini, Antonioni, Resnais, Truffaut, entre outros, e superou todas as expectativas, inclusive as do seu idealizador. A resposta do público foi um sinal eloqüente a confirmar a existência de faixas de público a serem sensibilizadas por uma programação cinematográfica mais variada e sofisticada.

Depois do sucesso do Coral, o nome Dante Ancona Lopes ficou ligado aos cinemas de arte da cidade. A Serrador vai convocá-lo para recuperar o cine Picolino e, posteriormente, para conceber o Belas Artes - a sala de maior prestígio na cidade pela sua programação e localização na esquina da avenida Paulista com a Consolação. Com a venda do Belas Artes para a Gaumont do Brasil (sucedida pela Alvorada), Dante se estabelece no Cinearte (no Conjunto Nacional, na avenida Paulista).

Texto do livro “Salas de cinema em São Paulo”, de Inimá Simões - 1990

Este cinema se caracterizou pelo fato de ser a primeira experiência bem-sucedida na implantação de uma sala totalmente voltada para o público amante do chamado film d’art. A iniciativa inovadora do Coral serviu de modelo para a instalação de outras salas de arte pelo resto do país, nos anos que se seguiram.

O Coral, sob a tutela da programação de Dante Ancona, serviu como espaço de divulgação da cinematografia internacional emergente nos anos 1950, onde se pode destacar a geração do pós-neo-realismo italiano e as produções oriundas do leste europeu, entre outras. O Coral se consagrou como um espaço bastante rentável, fato que permitiu ao já veterano programador, após oito anos de atividade, a possibilidade de realizar uma viagem ao redor do mundo com a sua esposa Dona Linda.

Por algum tempo, o Coral também abrigou a sede da Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), criada em 1962 para apoiar a Fundação Cinemateca Brasileira.

Pesquisa, seleção e edição de texto : 
André Piero Gatti, Carlos Augusto Calil, Hugo Malavolta e Plácido de Campos Jr.

Parte do depoimento de Dante Ancona Lopez concedido a Plácido de Campos Jr. em 1993:

Com alguma dificuldade consegui abrir, na Rua 7 de Abril, o cine Coral, já consciente da possibilidade de uma programação diferenciada daquilo que então se fazia. Seria o "Cinema de Arte", embora o cinema tradicional ou comercial também tivesse espaço.

A ideia básica ia na direção de uma programação menos voltada e preocupada com o retorno comercial imediato e mais atenta à difusão do cinema, porque faltava uma sala que exibisse as muitas fitas paradas em várias distribuidoras: fitas de Fellini, de Antonioni, de Resnais que não eram exibidas. Abri em 1958 e a experiência do cine Coral foi bem sucedida e durou oito anos; depois vendi o cinema e dei um giro pelo mundo com minha esposa.

Fui convidado, na volta ao Brasil - pela Companhia Serrador, do Julio e do Florentino Llorente -, para levar, no cine Picolino da Rua Augusta, uma programação de perfil similar àquela que fazia no Coral. Isto porque o Picolino, naquele momento, estava se ressentindo de falta de público. A Cia. Serrador pretendia diferenciar a programação do Picolino e, com a colaboração do Rudá de Andrade, começamos a trabalhar.

A programação era feita a partir dos títulos disponíveis nas carteiras das distribuidoras. Porém, com início da participação da SAC - Sociedade Amigos da Cinemateca - que agia como um conselho informal de orientação e onde as figuras de Paulo Emilio Salles Gomes e Rudá de Andrade foram determinantes -, fomos ficando mais ambiciosos.

Picolino se transformou no maior sucesso de público na Rua Augusta. A Metro Goldwyn Mayer impôs à Cia. Serrador, quando da renovação do contrato de distribuição de seus filmes, que o Picolino fosse incluído na programação. Quer dizer, uma vez valorizado o Picolino, a Metro o exigiu e a Serrador teve que ceder. Houve uma discussão pesada e minha resposta foi seca e negativa. Para contemporizar com a situação, o Florentino me prometeu ceder em 24 horas um outro cinema e, ciente dos resultados positivos anteriores, propôs o antigo cine Trianon, que se transformou no Belas Artes.

Projeto do cine Coral

Noite festiva de inauguração - 17/09/1958

Noite festiva de inauguração - 17/09/1958

17/09/1958

17/09/1958

17/09/1958



A partir de 13/12/1977, duas salas.

A partir de 13/12/1977, duas salas.

2014

Studio Alvorada (São Paulo - SP)

Inauguração da sala 1 : 21/07/1988
Filme inaugural : "Kangaroo", de Tim Burstall.
Inauguração da sala 2 : 22/09/1988
Filme inaugural : "Rosa Luxemburgo", de Margarethe Von Trotta.
Endereço : Av. Paulista, 2073 - Conjunto Nacional
Primeira sobreloja.
Entre julho de 2001 e julho de 2003, a distribuidora e exibidora carioca Estação Botafogo fechou um acordo com o Circuito Alvorada para administrar cinemas paulistanos: seis salas do cine Belas Artes, duas salas do Studio Alvorada e duas salas do
Top Cine. Tornaram-se co-proprietários e assumiram o comando da programação.
Em funcionamento ? : Não. As duas salas do Studio Alvorada foram fechadas em 31/12/2001.



Spcine Cidade Tiradentes (São Paulo - SP)

Inauguração pública : 14/12/2016
Filme inaugural : "Sobre Noiz", documentário do rapper Emicida.
Endereço :
Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
Rua Inácio Monteiro, 6900 - Conjunto Habitacional Sitio Conceição
Cidade Tiradentes
Telefone : (11) 3343.8902
E-mail : cidadetiradentes@circuitospcine.com.br
Capacidade : 130 lugares
Projeção : digital Christie 2D/2K, com capacidade de fluxo luminoso de 10 mil lumens.
Som : Dolby 5.1
www.circuitospcine.com.br

Spcine Centro Cultural S. Paulo (São Paulo - SP)

Salas :
Lima Barreto (99 lugares)
Paulo Emílio Salles Gomes (99 lugares)
Endereço : Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade
Telefone : (11) 3397.4002
Programação : www.centrocultural.sp.gov.br

Desde o dia 21/7/2016, as salas Lima Barreto e Paulo Emílio Salles Gomes do Centro Cultural São Paulo estão sendo administradas pela Spcine, empresa pública para o desenvolvimento do audiovisual paulista. Com isso, os espaços passam a integrar uma rede pública de cinema composta por outras 16 salas, com sistema de som e imagem com tecnologia de ponta e programação com novidades constantes da produção nacional e internacional.

Fotos : João Mussolin

Boulevard Botucatu (Botucatu - SP)

Inauguração pública : 07/07/2016
Exibidor : Cinematográfica Araújo
Endereço : Rua Azaléia, 399 - Chácara Floresta
Com entrada, também, pela Rua Dr. José Dal Farra.
Botucatu - SP
Telefone : (14) 3813.8751
Site : www.cinearaujo.com.br

As salas de cinema do Shopping Boulevard Cidade contam com as seguintes comodidades: som de teto, além das laterais, frontais e fundos; poltronas maiores e mais confortáveis; piso vinílico; paredes com madeira fórmica; tela com aproximadamente 149 m², 
do teto ao chão e de parede a parede.

Na sala menor, uma espécie de espaço vip, a tela é curvada e inclinada para cima do expectador. Trata-se de um formato totalmente inovador. No total serão 640 lugares no novo complexo cinematográfico de Botucatu.

Antes das três salas, um hall com telão e espaços de comercialização de bebidas e comidas recebe o público. O acesso é feito, também, pela Rua Dr. José Dal Farra, com duas entradas, uma com escadaria e outra em formato de rampa.

Além de bancos e ampla área de espera, o novo cinema conta com um elevador para cadeirante e pessoas com mobilidade reduzida.

A empresa Cinematográfica Araújo possui salas de cinema espalhadas por todo o país, em praticamente todos os estados brasileiros. Mas, as do Boulevard Cidade, são especiais: 
“Desde que fechou o Nelli e começou o projeto do Boulevard, eu sempre tive em mente que queria entregar o melhor para minha cidade. É como se fosse uma dívida com a cidade que eu amo. Por isso, esse novo cinema está equipado com o que há de mais moderno. Em nenhuma das minhas salas espalhadas pelo país eu tenho algo parecido com o que será inaugurado em Botucatu”, disse em entrevista para o Acontece Botucatu o senhor Gilberto Araújo, dono da Cinematográfica Araújo.










Arquivo do blog

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BIBLIOGRAFIA DO BLOG

PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA

1. Arquivos institucionais e privados

Bibliotecas da Cinemateca Brasileira, FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Mackenzie.

2. Principais publicações

Acervo digital dos jornais Correio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.

Acervo digital dos periódicos A Cigarra, Cine-Reporter e Cinearte.

Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.

Periódico Acrópole (1938 a 1971)

Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981

Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990

Site Novo Milênio, de Santos - SP
www.novomilenio.inf.br/santos

FONTES DE IMAGEM

Periódico Acrópole - Fotógrafos: José Moscardi, Leon Liberman, P. C. Scheier e Zanella.

Fotos com publicação autorizada e exclusivas para o blog dos acervos particulares de Joel La Laina Sene, Caio Quintino,
Luiz Carlos Pereira da Silva e Ivany Cury.

PRINCIPAIS COLABORADORES

Luiz Carlos Pereira da Silva e João Luiz Vieira.

OUTRAS FONTES: INDICADAS NAS POSTAGENS.