Capitólio (Cruzeiro - SP)


Cine Theatro Capitólio
Inauguração pública : 03/09/1930
Agora,
Teatro Capitólio.
Endereço : Rua Engenheiro Antônio Penido, 636 - Centro
Cruzeiro - SP
Telefone : (12) 3144.1362
Capacidade : cerca de 500 lugares.

Apresentação :
O teatro é de propriedade da Prefeitura Municipal de Cruzeiro, que o adquiriu no ano de 1977. O prédio foi construído em 1930, por Domingos Navarra e é considerado, em função de seus traços arquitetônicos, uma réplica do Scala de Milão

O prédio, de estilo eclético, possui dois pavimentos, com salão para eventos, camarins, cozinha, equipamentos de luz e som, sala de espetáculos com palco, balcão, frisas e plateia com poltronas estofadas, e sala de espera com sanitários.

Uma luxuosa escada de mármore de carrara faz a ligação entre os dois pavimentos. A fachada é ricamente decorada com figuras de rostos humanos e elementos florais.

O teatro sedia espetáculos teatrais, apresentações de música e dança, exposições artísticas e culturais, e eventos em geral.

Texto : Rodrigo Teófilo.

Curiosidades :
Na restauração do teatro, feita em 2001, traços antigos que haviam sido apagados foram encontrados, como detalhes nas pinturas na parte inferior do palco e nas paredes do salão de entrada. Foram colocadas folhas de ouro nas frisas e couro nas cadeiras. A reabertura contou com a presença da família Navarra, idealizadora do teatro.

Em 30/12/2016, às 20 horas, aconteceu a entrega da primeira etapa da nova reforma do Teatro Capitólio, que estava fechado desde 2009. A cerimônia de reinauguração contou com a apresentação da Orquestra Jovem de Cruzeiro, o Coral Una Voz e muitos convidados.






Histórico :

Não há visitante que, passando por Cruzeiro, não se encante com um majestoso prédio, imponente, recentemente restaurado e que se destaca dos demais. É o Teatro Capitólio!

Em 3 de setembro de 1930 foi festivamente inaugurado o Cine Teatro Capitólio, modelo de esplendor da arquitetura europeia, de estilo eclético, com decoração inspirada no famoso teatro italiano Scala, de Milão. A festa que inaugurou o prédio foi prestigiada por altas autoridades políticas da Província de São Paulo, personagens de grande projeção e toda alta sociedade de Cruzeiro.



A firma Navarra e Bitteti, depois de ingentes sacrifícios, conseguiu inaugurar o sumptuoso edifício do Cine Teatro Capitólio, que sem favor nenhum, é mais luxuoso e elegante do interior de São Paulo. É uma casa de diversões, que honraria a qualquer capital dado ao extraordinário gosto arquitetônico de sua construção e sumptuosidade de seu acabamento. Acaba está mesma firma a dotar a nova casa de diversão com moderníssimos aparelhos ‘vitaphone’ e ‘movietone’ ficando em condições de exibir qualquer fim sonoro e igualando-se definitivamente as melhores casas do gênero existentes nas grandes capitais de Estados e da República.

O teatro possuía os melhores equipamentos sonoros, além de uma decoração invejavelmente luxuosa e requintada. Sua decoração interna respeitava o estilo da época, suas portas chamavam a atenção pelos mosaicos em vitral colorido, compondo desenhos bastante elaborados. As cortinas de veludo bordô separavam o público do salão e a sala de espetáculos. O mesmo tecido era utilizado nas cortinas de boca de cena. Seus camarotes, individuais, eram iluminados por pequenas arandelas de luzes fracas, acrescentando um clima nostálgico e aconchegante.

Nos salões, grandes espelhos refletiam lustres com vários braços de luzes. Toda ou quase toda decoração seguia o modelo europeu de teatro, não só nas cores e materiais, como na similaridade de elementos. Pouca coisa ofuscava o luxo e o estilo do teatro, como é o caso, por exemplo, do bastidor, na parte superior do prédio, equipado com banheiro, sala de camarim, que se liga a uma escadaria construída em cimento vermelho e corrimão de madeira, de acabamento rústico e também a escada que dá acesso ao palco, à sorveteria no salão inferior tornam evidente a diferença do padrão de construção. Ainda assim, era a mais luxuosa casa de cultura e lazer da cidade de Cruzeiro.

Após sua inauguração o Teatro Capitólio passou a ser sede dos eventos mais importantes da cidade. Entretanto, apesar de sua exuberante fachada e do requintado luxo da decoração, a programação do Teatro Capitólio não discriminava as diferenças sociais, pois atraia e não intimidava o público de renda mais baixa, facilitando o acesso a toda população cruzeirense. Esta constatação pode ser feita com base na análise dos jornais da época onde se encontrava a referência Teatro Capitólio para todos, indicando assim uma abertura social. Outro registro de interesse sobre a importância do Capitólio é a exclusividade na exibição de filmes, que já eram sonoros:

No elegante Cine Theatro Capitólio serão exibidos 
os formidáveis filmes:
6a Feira – Correio a Cavalo.
Sábado – em bonificação – Tristeza de Satanaz.
Domingo haverá grande surpresa para os distintos freqüentadores do Cine Theatro Capitólio 
e muito breve o filme todo falado: Lágrimas do Amor.
(Jornal “O Cruzeiro” – 16/01/1932)

Conforme outros registros encontrados nos jornais pesquisados, os eventos promovidos no teatro eram bastante diversificados e sua programação não se limitava à exibição de filmes, acontecendo periodicamente outros eventos como bailes de carnaval, bailes de formaturas e peças teatrais, nas quais os grupos locais sempre tiveram o seu espaço no palco. É esta programação que garantia o sucesso de público de todas as classes sociais da época. Após a instalação do Cruzeiro Futebol Clube, no piso superior, o teatro passa ser o abre-alas do carnaval cruzeirense.

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BIBLIOGRAFIA DO BLOG

PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA

1. Arquivos institucionais e privados

Bibliotecas da Cinemateca Brasileira, FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Mackenzie.

2. Principais publicações

Acervo digital dos jornais Correio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.

Acervo digital dos periódicos A Cigarra, Cine-Reporter e Cinearte.

Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.

Periódico Acrópole (1938 a 1971)

Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981

Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990

Site Novo Milênio, de Santos - SP
www.novomilenio.inf.br/santos

FONTES DE IMAGEM

Periódico Acrópole - Fotógrafos: José Moscardi, Leon Liberman, P. C. Scheier e Zanella.

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